Uma Vida de Sacrifício

Recentemente, conversei com um dos irmãos na igreja e fiquei impressionado com a forma como ele e a esposa vivem de forma sacrificial. Ele tem setenta e nove anos e se aposentou aos setenta e sete de uma oficina de pintura, depois de perceber que estava velho demais para continuar levantando 30 quilos. Ele estava fazendo isso para enviar dinheiro para a construção de um lar para crianças em Benin, na África Ocidental, onde sua esposa foi missionária. E, embora aposentados, eles ainda ajudam essas crianças necessitadas. Eles vivem uma vida de sacrifício porque seguem a Cristo, que fez o sacrifício supremo.

Mas, quando Cristo apareceu como sumo sacerdote dos bens futuros, entrou por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação; e não por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou no lugar santo de uma vez por todas, havendo obtido uma eterna redenção. Pois, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha aspergida sobre os contaminados os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? Hebreus 9:11-14

Nós, cristãos, devemos sempre querer seguir o exemplo de Cristo de abnegação. Isso não é fácil, mas é o coração de Deus. Paulo escreveu à Igreja em Roma apelando aos seus membros, pela compaixão de Deus, para que apresentassem os seus corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, o que também deve ser o nosso ato espiritual de adoração. O sacrifício envolve tudo, incluindo o nosso tempo, tesouros e talentos. Pode ser difícil viver de forma sacrificial, mas se torna mais fácil quando percebemos que nada do que temos é nosso. Somos apenas administradores do que Deus nos dá e tudo o que temos devemos usar para a Sua glória.

Quem fala, faça-o como quem fala as palavras de Deus; quem serve, faça-o como quem serve pela força que Deus supre, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o poder para todo o sempre. Amém. 1 Pedro 4:11

Tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus, não para nós mesmos. J.I. Packer, um teólogo canadense nascido na Inglaterra, disse certa vez: "Nossa vocação elevada e privilegiada é fazer a vontade de Deus no poder de Deus, para a glória de Deus". Creio que isso está muito bem expresso. Podemos querer fazer tudo o que pudermos com nossas próprias forças para obter a glória para nós mesmos. Isso, no entanto, nunca é o caminho de Deus, mesmo que digamos que as coisas que fazemos são para Deus.

Há algo infinitamente melhor do que fazer uma grande obra para Deus, e a coisa infinitamente melhor é estar onde Deus quer que estejamos, fazer o que Deus quer que façamos e não ter nenhuma vontade separada da Dele.

Esta é uma citação de G. Campbell Morgan, um evangelista britânico e um respeitado teólogo autodidata, cuja vida era considerada a personificação do sacrifício. Ele acreditava que viver uma vida cristã de sacrifício significava que deveria ser feita com integridade, imitando o sacrifício de Cristo. Isso é muito importante, pois deve-se notar que Deus não aceita todos os sacrifícios oferecidos a Ele.

“Que me importam os vossos múltiplos sacrifícios?”, pergunta o Senhor. “Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de gado cevado; e não tenho prazer no sangue de touros, cordeiros ou bodes. Quando vindes comparecer perante mim, quem vos requer que piseis os meus átrios? Não tragais mais as vossas ofertas inúteis; o incenso é para mim uma abominação. Lua nova e sábado, a convocação de assembleias — não posso suportar a iniquidade e a assembleia solene. “Odeio as vossas festas de lua nova e as vossas solenidades; tornaram-se um peso para mim; estou cansado de as suportar.” “Portanto, quando estenderdes as mãos em oração, esconderei de vós os meus olhos; sim, ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei. As vossas mãos estão cobertas de sangue.” Isaías 1:11-15

Eu jamais desejaria que Deus não aceitasse todo o sacrifício que Lhe estou oferecendo, porque o estaria fazendo em vão. Ele quer a nossa obediência mais do que o nosso sacrifício. Se o nosso sacrifício não for feito por uma vida de completa obediência a Ele, então o estamos fazendo em vão. Ele pode nem mesmo ouvir as nossas orações noturnas durante um longo período de jejum se não O obedecermos. Portanto, é importante lembrar que, se estamos realmente vivendo uma vida de sacrifício, isso é marcado por uma vida de obediência a Deus.